Fiscalização e educação
Vasos de plantas, pneus, piscinas sem uso e sem manutenção, potes plásticos e até mesmo recipientes pequenos - como tampas de garrafa - deixados expostos à chuva podem manter a água parada e servir de criadouro ideal para o inseto. Em Maringá, a Prefeitura iniciou uma campanha de orientação e conscientização da população. No dia 16 de abril foi realizado um mutirão de conscientização nos bairros.
O resultado? “Foram coletados 37 toneladas de potenciais criadouros do mosquito após uma vistoria em mais de 6 mil imóveis”, conta Daiane. O município também retomou o uso do fumacê [fumaça com baixas doses de um agrotóxico que elimina boa parte dos mosquitos adultos presentes na região].
A biomédica representante do CRBM6 explica que, além das ações de fiscalização e educação da comunidade, os governos precisam garantir recursos humanos e insumos para a estruturação do Programa Municipal de Controle da Dengue.
“É importante que os municípios tenham instrumentos legais para notificar proprietários negligentes, para articular toda a gestão em ações de manejo ambiental e para realizar atividades de educação sobre a doença em conjunto com as escolas e entidades da sociedade civil”, avalia.
Outras doenças graves
O mosquito Aedes aegypti não é responsável apenas pela transmissão da dengue. O inseto pode causar outras doenças graves como a zika vírus e o chikungunya. Os sintomas são parecidos – como febre e dores musculares – mas as doenças têm gravidades diferentes, sendo a dengue a mais perigosa, já que, em sua versão hemorrágica, pode levar à morte.
Segundo o boletim divulgado pelo Estado do Paraná, são 13 casos confirmados de chikungunya e, até o momento, nenhum de zika.
“Não tivemos casos confirmados de zika vírus no Paraná neste ano epidemiológico, mas vale ressaltar que as medidas de prevenção são as mesmas adotadas para o controle da dengue, pois são doenças transmitidas pelo mesmo vetor. É importante que os médicos e enfermeiros se atentem para os sintomas e tenham atenção especial com as gestantes, tendo em vista que já tivemos um surto de microcefalia registrado em Pernambuco em 2015”, lembra a biomédica Daiane.
Transmissão “em casa”
O levantamento da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) revela que 26.074 dos casos confirmados de dengue no Paraná são autóctones - quando a doença é contraída no município de residência dos pacientes. “É fundamental, neste momento de epidemia, que todos atuem em conjunto. Além de eliminar os recipientes com água parada, é importante o uso de repelentes pela população”, orienta Daiane.
Em caso de sintomas como febre associada a náuseas, vômitos, vermelhidão na pele, dor muscular, dor na região atrás dos olhos ou dor nas articulações, a especialista recomenda que as pessoas busquem uma Unidade Básica de Saúde. “A população precisa se conscientizar e fazer sua parte, pois a dengue mata.”
Saiba mais sobre a dengue
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus e transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O inseto se multiplica em locais com água parada, recipientes e entulhos deixados nos quintais ou até mesmo dentro de casa. Existem quatro tipos diferentes do vírus: sorotipos 1, 2, 3 e 4.
A dengue pode se assemelhar a uma gripe forte e, em casos graves, leva a óbito. A recomendação é ficar atento aos sintomas e procurar orientação médica. O diagnóstico é feito com sorologia para determinar a presença de anticorpos contra o vírus.
Não há remédio para a dengue e os medicamentos só devem ser usados sob prescrição médica. O tratamento é baseado no alívio dos sintomas e na hidratação oral em abundância (água, soro caseiro, água de coco).