Pela primeira vez
no Brasil, o evento internacional destacou saberes, sabores e práticas
sustentáveis no litoral paranaense
Pontal do Paraná, no litoral do estado foi palco da primeira
celebração brasileira do Dia Mundial da Localização, uma data internacional que
busca conscientizar sobre a importância de fortalecer as economias, culturas e
tradições locais. Realizado anualmente em 21 de junho, o Dia Mundial da Localização
foi criado em 2020 pela ONG Local Futures (Futuros Locais) e, desde então, vem
mobilizando comunidades em todo o mundo.
O evento no litoral paranaense foi um dos três projetos
selecionados no Brasil pela EcoUniversidade e pela Local Futures e teve a
realização da empreendedora e agente cultural Josiane Simonett, da RECAP – Rede
de Capacitação Pontal. A programação celebrou e valorizou os saberes e sabores
da cultura caiçara, reunindo moradores e empreendedores da região.
“A proposta do Dia Mundial da Localização é repensarmos o
nosso modo de vida e reconhecermos o valor que as iniciativas locais têm para a
sustentabilidade, a cultura e a economia. Foi uma alegria enorme ver Pontal do
Paraná, com toda sua riqueza cultural, integrando esse movimento
internacional”, afirma Josiane Simonett.
O conceito de “localização” vai além da simples proximidade
geográfica: propõe sistemas mais autossuficientes e sustentáveis, que valorizem
a produção e o consumo local, o fortalecimento da cultura regional e a redução
da dependência de grandes corporações e cadeias globais. A data convida todos a
refletirem sobre o impacto de suas escolhas diárias e a contribuírem para um
mundo mais justo e equilibrado.
Em Pontal do Paraná, a programação começou com uma visita ao
acampamento de pescadores, onde Josiane ealgumas
pessoas da prefeitura acompanharam o tradicional lanço da tainha — um momento
que celebra a coletividade e a resistência das comunidades pesqueiras.
No dia 21 de junho, uma roda de conversa foi realizada no
Café Caiçara da Dona Conceição, no Guaraguaçu. O encontro trouxe reflexões
sobre cultura, território, economia local e a importância de preservar os
saberes ancestrais.
Houve ainda uma oficina de artesanato em couro de peixe e
escama, ministrada pela artesã Nelci Gebauer, que compartilhou técnicas e
histórias, mostrando como o fazer manual pode ser ferramenta de identidade
cultural e geração de renda.
A programação foi encerrada de maneira simbólica e afetiva:
todos reunidos em volta da mesa para saborear a Cambira, prato típico caiçara,
carregado de memória e história.
“Este foi um primeiro passo importante. Nosso desejo é que o
Dia Mundial da Localização se fortaleça cada vez mais aqui em Pontal,
mobilizando a comunidade, inspirando empreendedores e ajudando a construir um
futuro mais sustentável para o nosso litoral”, completa Josiane Simonett.